Por que a psicoterapia ainda é um tabu? Desmistificando a terapia

Embora o cuidado com a saúde mental esteja ganhando cada vez mais espaço nas conversas do dia a dia, o tabu da psicoterapia ainda persiste em muitos contextos. Seja por preconceito, desconhecimento ou medo do julgamento, muitas pessoas evitam buscar ajuda psicológica mesmo quando estão sofrendo emocionalmente.

Neste artigo, vamos entender por que a psicoterapia ainda é cercada de mitos e como podemos desmistificar a terapia, promovendo uma visão mais acolhedora e acessível sobre o cuidado psicológico.

O que é psicoterapia, afinal?

Antes de tudo, é importante esclarecer que a psicoterapia é um processo terapêutico conduzido por um psicólogo, com o objetivo de ajudar o paciente a compreender suas emoções, comportamentos, pensamentos e dificuldades.

Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso estar em “estado crítico” para fazer terapia. Na verdade, a psicoterapia pode beneficiar qualquer pessoa que deseje se conhecer melhor, desenvolver habilidades emocionais ou lidar com conflitos.

Por que o tabu da psicoterapia ainda existe?

Apesar dos avanços na área da saúde mental, a terapia ainda é vista com preconceito por muitas pessoas. A seguir, destacamos os principais motivos que sustentam esse tabu:

1. Estigma social

Infelizmente, existe a crença equivocada de que quem procura terapia “está louco” ou é fraco emocionalmente. Essa ideia ultrapassada afasta muitos indivíduos que, por medo de julgamentos, preferem sofrer em silêncio.

Além disso, o estigma social contribui para o isolamento de quem está enfrentando transtornos como depressão ou ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o estigma é um dos maiores obstáculos ao tratamento de saúde mental.

2. Desinformação

Outro fator que alimenta o tabu da psicoterapia é a falta de informação sobre como funciona o processo terapêutico. Muitas pessoas não sabem que existem diferentes abordagens psicológicas, tipos de terapia e formatos de atendimento, como sessões online, por exemplo.

Quando não se compreende o funcionamento da terapia, é natural haver resistência ou desconfiança. Por isso, a educação em saúde mental é essencial.

3. Cultura do autocontrole

Em nossa sociedade, muitas vezes somos ensinados a “dar conta de tudo sozinhos”. Expressar fragilidade emocional pode ser interpretado como sinal de fraqueza, o que contribui para o silenciamento do sofrimento psíquico.

Essa cultura do autocontrole cria barreiras emocionais que dificultam o reconhecimento da necessidade de ajuda profissional.

4. Medo de se confrontar com a própria dor

Por fim, há quem evite a psicoterapia por receio de entrar em contato com dores antigas ou traumas mal resolvidos. No entanto, o processo terapêutico é gradual e respeita o ritmo do paciente, criando um espaço seguro para o autoconhecimento e a transformação.

Como desmistificar a terapia?

Felizmente, existem várias formas de quebrar o tabu da psicoterapia e promover uma compreensão mais positiva sobre a importância desse cuidado. Veja algumas estratégias eficazes:

1. Falar abertamente sobre o assunto

Quando pessoas conhecidas falam sobre sua experiência com a terapia, isso ajuda a normalizar o processo e encoraja outras a buscar ajuda. A quebra do silêncio é um passo essencial na desconstrução de preconceitos.

2. Buscar fontes confiáveis de informação

Ler conteúdos produzidos por psicólogos, assistir vídeos educativos e acompanhar profissionais da área nas redes sociais são formas de entender melhor o que é a psicoterapia. Confira, por exemplo, este artigo da Fiocruz sobre saúde mental.

3. Valorizar o cuidado com a saúde mental tanto quanto o físico

Assim como cuidamos do corpo com alimentação, sono e atividade física, cuidar da mente deve ser prioridade. A psicoterapia é uma das ferramentas mais eficazes para isso, ajudando a prevenir transtornos e promover qualidade de vida.

4. Educar desde cedo

Incluir temas como emoções, empatia e autocuidado nas escolas contribui para formar uma geração mais consciente sobre saúde mental. Quanto mais cedo a informação chega, menor é a chance de preconceitos se perpetuarem.

Psicoterapia: um ato de coragem, não de fraqueza

Procurar um psicólogo é um sinal de responsabilidade emocional e coragem. Encarar as próprias dores, desconstruir padrões e investir no autoconhecimento exige maturidade e disposição.

Portanto, romper com o tabu da psicoterapia é também um passo importante rumo a uma sociedade mais empática, saudável e equilibrada.

Conclusão

O tabu da psicoterapia ainda impede muitas pessoas de buscar o apoio necessário para superar dificuldades emocionais. No entanto, ao desmistificar a terapia, abrir espaço para o diálogo e disseminar informações confiáveis, podemos transformar esse cenário.

Afinal, saúde mental é coisa séria — e merece cuidado, respeito e acolhimento. Se você está enfrentando dificuldades, não hesite em procurar ajuda profissional.

Artigos recomendados em outras fontes:
🔗 Cartilha “Saúde mental é coisa séria” – CFP
🔗 Como lidar com o estigma da saúde mental – OMS