
5 mentiras que pessoas com dependência costumam contar a si mesmas
Muitos indivíduos que enfrentam dependências — seja de substâncias, comportamentos ou relacionamentos — criam narrativas mentais que mascaram a realidade do problema. Essas “mentiras” internas atuam como mecanismos de negação, adiando a busca por ajuda. A seguir, veja algumas das mais comuns.
1. “Eu controlo isso — não sou viciado(a)”
Essa é a negação clássica. A pessoa insiste que consegue parar quando quiser, mesmo quando já falhou várias vezes. Para reforçar essa crença, ela enfatiza dias ou semanas sem uso, ignorando os momentos de recaída.
✔️ Exemplo: alguém diz: “Eu só bebo socialmente”, mas, no mês mais recente, consumiu álcool quase todos os dias.
2. “Se estou dando conta dos meus compromissos, onde está o problema?”
Esse é o mito do “dependente funcional”, que mantém emprego, casa e família mesmo com o vício ativo. O sucesso aparente serve para autocomplacência, dificultando reconhecer o prejuízo emocional e relacional.
✔️ Exemplo: uma pessoa que trabalha bem, mas só consegue relaxar com a substância — e já enfrenta conflitos familiares por conta do hábito.
3. “Todo mundo faz isso”
Comparar-se com os outros é uma forma de minimizar o problema. A pessoa justifica o comportamento dizendo que muitos amigos também usam álcool, drogas ou estão viciados em jogos, por exemplo.
✔️ Exemplo: alguém diz: “Meus amigos bebem até mais que eu”, mesmo após sofrer consequências graves por conta do consumo excessivo.
4. “Depois eu paro”
Adiar a mudança é uma das desculpas mais comuns. A pessoa reconhece o problema, mas sempre deixa para amanhã o início do tratamento ou a busca por ajuda profissional.
✔️ Exemplo: um fumante afirma que vai parar “depois das férias” ou “quando o estresse diminuir”, adiando continuamente.
5. “Já tentei de tudo e nada funciona”
Esse pensamento reforça a desesperança e pode levar à desistência do tratamento. No entanto, muitas vezes a pessoa tentou métodos inadequados ou interrompeu o processo antes do tempo necessário.
✔️ Exemplo: alguém que fez apenas duas sessões de terapia e já concluiu que “não adianta”.
Como a psicologia e a psiquiatria podem ajudar a vencer os vícios
A combinação de psicologia e psiquiatria é uma das abordagens mais eficazes no tratamento das dependências:
- Psicoterapia (TCC, Entrevista Motivacional, Terapia de Aceitação e Compromisso): auxilia o paciente a identificar os gatilhos emocionais e criar estratégias de enfrentamento.
- Tratamento psiquiátrico: quando necessário, o psiquiatra pode prescrever medicamentos para reduzir sintomas de abstinência, ansiedade ou depressão associados ao vício.
- Acompanhamento multidisciplinar: psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais trabalham juntos para promover a recuperação integral.
Tipos de vícios mais comuns
- Álcool.
- Drogas ilícitas (cocaína, crack, maconha, etc.).
- Medicamentos controlados.
- Jogos de azar.
- Jogos eletrônicos e internet.
- Dependência emocional e codependência.
Como os vícios afetam a família e os relacionamentos
O impacto da dependência vai além do indivíduo:
- Relações conjugais: o parceiro pode sofrer com mentiras, traições de confiança, abuso financeiro e emocional.
- Filhos: crianças podem desenvolver traumas, ansiedade e insegurança ao crescerem em um ambiente instável.
- Conflitos familiares: discussões constantes, afastamento emocional e, em casos extremos, violência doméstica podem surgir.
✔️ Exemplo clínico: em sessões de terapia de casal, muitos parceiros relatam sentimentos de exaustão emocional por viverem com alguém que se recusa a reconhecer o vício.
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